terça-feira, 27 de julho de 2010

Cozinha de macho III



Iscas de filé

Outro dia, minha irmã me falou que eu só cozinho macarrão. Assim, como já postei duas receitas de massa, resolvi mudar um pouco. Hoje eu vou apresentar iscas de filé ao vinho tinto escoltado por batata assada com alecrim. Essas receitas são muito fáceis de fazer e dá pra tirar a maior onda.

Ingredientes para as iscas de filé:
400 g de filé mignon cortado em iscas
um copo de vinho tinto.
2 colheres (sopa) de champignon fatiado
1 Cebola média em rodelas finas a gosto
1 colher (sopa) de mostarda dijon
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
2 colheres (café) de alho amassado
½ colher de café de pimenta branca
Sal a gosto ou flor de sal

Inicialmente pegue o filé e com uma faca bem afiada, corte em iscas, ou seja, pedaços com cerca de 5 a 7 cm de comprimento e 1 cm de largura. Em seguida tempere-os com uma mistura de sal e pimenta branca. Não é bom salgar muito, por causa da mostarda e qualquer coisa é fácil corrigir ao final.
Deixe por cerca de 15 minutos para o sal e a pimenta entranharem na carne. Coloque as iscas com o azeite ainda frio na panela, em fogo alto, mexendo levemente, até que co-mece a soltar água. Quando a água da carne estiver quase seca, adicione o alho. Conti-nue mexendo e deixe refogar por cerca de 1 minuto. Adicione as rodelas de cebola e o champignon, mexa e deixe refogar por alguns segundos.
Após, acrescente o vinho. Quando levantar fervura, deixe ferver por 2 minutos, e em seguida, adicione a mostarda, misture bem, abaixe o fogo para o médio e deixe ferver destampado por 20 minutos, ou até que forme um molho espesso. Prove e corrija o sal se for necessário

Sirva imediatamente

Batata assada com alecrim:

Ingredientes:
4 batatas lavadas grandes
Sal a gosto
Pimenta do reino branca
Azeite de oliva virgem
Alecrim
Seis dentes de alho com casca

Eu gosto de usar batatas bem grandes. Elas devem ser cortadas em rodelas com cerca de 1 cm de espessura. Em seguida unte uma forma de assar grande com azeite e coloque as rodelas de batata. Polvilhe levemente o sal e a pimenta sobre as batatas e a seguir espalhe as folhas de alecrim. O melhor é utilizar alecrim fresco, se não tiver, aquele de saquinho quebra o galho. Entre as rodelas disponha os dentes de alho. Coloque em forno pré aquecido por 10 minutos a 200º. Após cerca de 20 minutos vire as batatas e deixe por mais 10 a 15 minutos.
Quando retirar do fogo, você tem a opção de pegar os dentes de alho assados fazer um furo neles e em seguida espalhar o creme de alho sobre as batatas. Fica ‘duca’.




A harmonização dessa vez foi fácil. Essa carne delicada com molho picante pede um vinho com acidez e estrutura média com taninos já definidos. Desse modo, optei por um tempranillo espanhol, o Artero 2008, que é um vinho com boa relação custo benefício, e sem ser nenhum graal, acompanhou o prato devidamente. Tem aromas de frutos verme-lhos e algo de compota. Tem pouco corpo, mas com taninos vivos e acidez marcante. Acredito que um Shiraz sem estágio em madeira, um Dão, um Carmenere ou um Merlot também sejam opções satisfatórias.

Neste espaço não há frescura. Pretendemos tão somente comentar e debater receitas e harmonizações. Assim, sintam-se livres para postar e manifestarem sua opinião.
Até a próxima.

sábado, 24 de julho de 2010

Cozinha de macho II


Spaghetti com Shitake

Outro dia, passava eu na gloriosa CADEG. Eis que me deparo com deslumbrantes shitakes in natura. Imediatamente pensei: espaguete com shitake. Trata-se de uma receita muito simples, que qualquer mortal com pelo menos dois neurônios pode fazer. Em primeiro lugar: os ingredientes. Vou especificar a receita para duas pessoas:
300 g de shitake in natura cortados em tiras não muito finas
1 cebola pequena cortada em cubinhos
2 dentes de alho picados
2 colheres de sopa de azeite extra virgem
5 tomates cortados em cubo, sem pele e sem as sementes.
Folhas de manjericão,

Quase franciscano. Alternativamente, se você tiver tomate em conserva, pode utilizar. Caso contrário, a melhor maneira de tirar as peles dos tomates é a seguinte: faça um corte em cruz na parte de baixo do tomate e jogue-o na água fervente por cerca de 30 a 60 segundos. A pele sai facilmente, e é só tirar as sementes e descascar em cubos com cerca de 2 cm de lado.

Vamos à massa. Aqueça o azeite em uma panela e refogue as cebolas até começar a dourar, em seguida junte o alho. Assim que este estiver dourando junte o shitake e o tomate. Cozinhe tudo em fogo baixo por cerca de 15 minutos. Reserve.

Cozinhe a massa até o ponto desejado. Eu fiz com espaguete, mas acredito que pode ficar bem com uma massa curta como penne ou rigatone. Pessoalmente detesto esse tal de al dente. Para mim, a massa deve ser macia. De qualquer modo, após escorrer a massa, ainda pelando, junte o molho, misture bem e a seguir decore com folhas de manjericão e está pronto pra servir. Quem gostar, queijo ralado. Recomendo um grana padano. Se não tiver, um parmesão. Mais mole que isso só pão com meleca.

Pra acompanhar, algo muito simples: File mignon com bacon. De novo, vale a simplicidade. Inicialmente pegue bifes de file com cerca de 1 cm de altura e flambe-os na frigideira sem nada. Você vai notar que a carne rapidamente muda de cor e fica num tom acinzentado. Retire do fogo e reserve. Seque a frigideira que deve ter um resíduo de água e coloque fatias e bacon sem pele com cerca de 0,5 cm de espessura. Frite de ambos os lados até dourar. Reserve. Na gordura da panela frite os bifes de mignon até o ponto desejado. Coloque em uma toalha de papel para remover o excesso de gordura. Coloque o bacon em cima dos bifes e voilá: está pronto!



A harmonização desse prato não é muito simples. Os cogumelos, pelo seu sabor e delicadeza pediriam um merlot ou um cabernet franc. Entretanto o bacon, com sua gordura e a carne alteram esse quadro e demanda um vinho com acidez e alguma estrutura com um tempranillo ou um cabernet sauvignon. Nesse caso, entretanto fiz uma escolha diferente e optei por uma cava, que é um espumante espanhol, obtido pelo método tradicional. Combinou muito bem com o prato, a acidez natural da chardonay enfrentado a gordura, e a suavidade da pinot noir harmonizando perfeitamente com o cogumelo.

Até a próxima.