sábado, 24 de julho de 2010

Cozinha de macho II


Spaghetti com Shitake

Outro dia, passava eu na gloriosa CADEG. Eis que me deparo com deslumbrantes shitakes in natura. Imediatamente pensei: espaguete com shitake. Trata-se de uma receita muito simples, que qualquer mortal com pelo menos dois neurônios pode fazer. Em primeiro lugar: os ingredientes. Vou especificar a receita para duas pessoas:
300 g de shitake in natura cortados em tiras não muito finas
1 cebola pequena cortada em cubinhos
2 dentes de alho picados
2 colheres de sopa de azeite extra virgem
5 tomates cortados em cubo, sem pele e sem as sementes.
Folhas de manjericão,

Quase franciscano. Alternativamente, se você tiver tomate em conserva, pode utilizar. Caso contrário, a melhor maneira de tirar as peles dos tomates é a seguinte: faça um corte em cruz na parte de baixo do tomate e jogue-o na água fervente por cerca de 30 a 60 segundos. A pele sai facilmente, e é só tirar as sementes e descascar em cubos com cerca de 2 cm de lado.

Vamos à massa. Aqueça o azeite em uma panela e refogue as cebolas até começar a dourar, em seguida junte o alho. Assim que este estiver dourando junte o shitake e o tomate. Cozinhe tudo em fogo baixo por cerca de 15 minutos. Reserve.

Cozinhe a massa até o ponto desejado. Eu fiz com espaguete, mas acredito que pode ficar bem com uma massa curta como penne ou rigatone. Pessoalmente detesto esse tal de al dente. Para mim, a massa deve ser macia. De qualquer modo, após escorrer a massa, ainda pelando, junte o molho, misture bem e a seguir decore com folhas de manjericão e está pronto pra servir. Quem gostar, queijo ralado. Recomendo um grana padano. Se não tiver, um parmesão. Mais mole que isso só pão com meleca.

Pra acompanhar, algo muito simples: File mignon com bacon. De novo, vale a simplicidade. Inicialmente pegue bifes de file com cerca de 1 cm de altura e flambe-os na frigideira sem nada. Você vai notar que a carne rapidamente muda de cor e fica num tom acinzentado. Retire do fogo e reserve. Seque a frigideira que deve ter um resíduo de água e coloque fatias e bacon sem pele com cerca de 0,5 cm de espessura. Frite de ambos os lados até dourar. Reserve. Na gordura da panela frite os bifes de mignon até o ponto desejado. Coloque em uma toalha de papel para remover o excesso de gordura. Coloque o bacon em cima dos bifes e voilá: está pronto!



A harmonização desse prato não é muito simples. Os cogumelos, pelo seu sabor e delicadeza pediriam um merlot ou um cabernet franc. Entretanto o bacon, com sua gordura e a carne alteram esse quadro e demanda um vinho com acidez e alguma estrutura com um tempranillo ou um cabernet sauvignon. Nesse caso, entretanto fiz uma escolha diferente e optei por uma cava, que é um espumante espanhol, obtido pelo método tradicional. Combinou muito bem com o prato, a acidez natural da chardonay enfrentado a gordura, e a suavidade da pinot noir harmonizando perfeitamente com o cogumelo.

Até a próxima.

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