quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um dia sem cebola

Os amigos são parte indelével de nossas vidas. Daí que algumas vezes cabe a nós agradá-los, mesmo nas esquisitices. Eu e Carolina temos uma amiga muito querida, muito desejada e que é nossa grande companheira gastronômica. Ocorre que ela não tolera cebola. Desse modo resolvemos fazer um jantar especialmente para ela onion-free. O cardápio escolhido foi um Risoto de Arroz Negro com Lula, que na verdade é uma adaptação de um prato feito pelo Claude Troisgros.


Ingredientes:
Para a lula:
800g de lula grande e limpa
1 talo de alho porró
3 dentes de alho picado
2 colheres de sopa de extrato de tomate concentrado
Bouquet garni
Pimenta dedo de moça
Sal
220ml de vinho branco seco
250ml de água

Para o arroz negro:
2 colheres de sopa de azeite
250g de arroz negro
1,5 litro de água
Sal

Modo de preparo:
Refogue no azeite o alho-porró, o alho e a pimenta dedo de moça. Coloque as lulas e refogue mais um pouco. Junte o extrato de tomate concentrado e o bouquet garni. Tempere com sal. Cubra com vinho branco e água e deixe cozinhar por 1 hora a fogo baixo. Retire as lulas, deixe esfriar e corte-as em rodelas. Para fazer o arroz, coloque os grãos de arroz e o azeite em uma panela e cubra com água e sal. Deixe cozinhar por 1 hora em fogo baixo com a panela tampada.

Preparação:
Alho-porró picado  (um punhado)
2 dentes de alho picados
3 tomates sem pele e sementes cortados em cubos    
30ml de cachaça envelhecida        
Arroz negro cozido
Caldo da lula
100g de queijo parmesão ralado
2 colheres de manteiga                    
Creme de leite (a gosto)
Sal
Pimenta                

Como finalizar o prato:
Refogue o alho-porró e o alho no azeite. Junte os tomates e deixe refogar mais. Flambe com cachaça. Às vezes, há dificuldade em flambar o prato. Dessa forma, incluímos um vídeo que mostra como é fácil flambar. Utilize de preferência  uma frigideira wok. Afaste a frigideira do fogo, coloque a cachaça e volte com ela, inclinando bem até alcançar a chama. A frigideira deve estar bem quente.



Coloque o arroz. Acrescente o caldo de lula e deixe cozinhar por 5 minutos. Adicione parmesão e creme de leite. Verifique o sal, coloque as lulas e a manteiga, misture bem e desligue o fogo. Decore com lascas de queijo parmesão ralado e cebolinha verde(que vale dizer, nossa amiga catou todas, porque ela não tolera nenhuma variável da cebola!).



Para harmonizar escolhemos algo que estava na nossa adega há muito tempo. Trata-se de um Valduga Gran Reserva Chardonnay 2009. É um vinho que tem as melhores características do Chardonnay, que passou 6 meses na barrica de carvalho.

Créditos: música do vídeo Fire de Jimi Hendrix.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Dieta é uma merda...


Dieta é uma merda. Só que as vezes é necessária. O lar Moraes-Martins está em dieta. Moraes por recomendação médica. Martins por solidariedade. Dessa forma há a necessidade de interromper temporariamente as orgias de carboidratos. Só que comer menos ou comer melhor não implica em comer mal. Só demanda mais criatividade. Essa receita não é minha. Eu adaptei de uma que vi do mestre Troigros, que era um ceviche servido com pupunha. Fiz umas modificações pra ficar ao meu gosto e espero que ao de vocês, minha fiel, diminuta e querida legião de seguidores. A coisa mais chata em receita é quando você quer saber qual a quantidade precisa ou o tempo de cozimento ou em que fogo se utiliza, e na receita vem termos como: a gosto, até chegar no ponto e subjetivismos desse tipo. Por causa disso, procuro ser o mais preciso possível. Qualquer dúvida é só postar que eu tento resolver. Esse prato é uma entrada bem leve, mas pode substituir o jantar. Para harmonizar eu escolhi um Sauvignon Blanc. Pode ser o da Valduga ou o Los Vascos. O importante é que seja um vinho fresco, sem madeira e aromático. Assim, um riesling e talvez um torrontes também fossem interessantes. Vamos ao prato.

Ingredientes

Ceviche

500g filé de Saint Peter ou tilápia vermelha
Suco de limão siciliano (2)
1 pimenta dedo de moça picada (média)
azeite extravirgem
1 cebola roxa fatiada bem fina
3 colheres de sopa de coentro e duas de salsinha picados
2 tomates sem pele
palmito em rodelas
1 colher e meia de sopa de sal e 1 colher de café de pimenta do reino branca em pó


                            O melhor peixe pra ceviche é a tilápia vermelha, ou Saint Peter. O filé é caro, cerca de 22 a 24 reais no Extra, mas compensa porque fica melhor do que com pescadinha, pargo, linguado ou outro peixe branco, sem contar que vem sem espinha ou pele. Um espetáculo. Corte o peixe em cubinhos. Tempere com sal e pimenta do reino. Corte os limões e despeje o suco nos pedaços de filé. Limão siciliano não é preciosismo. Eu já fiz com limão comum, mas com o siciliano fica muito melhor. Ponha 100  ml de azeite, mexa e deixe na geladeira por 30 minutos.
Corte uma cebola roxa em fatias finas e em seguida pique-as de modo a não ficarem muito compridas. Acrescente os tomate em cubos.  A melhor maneira de retirar apelo dos tomates é a seguinte: utilize tomates não muito maduros. Faça um corte em cruz na face inferior e em seguida coloque em água fervendo por cerca de 60 segundos. Retire rapidamente. A pele começa a despreender. Retire o restante da pele manualmente juntamente com as sementes e o miolo. Corte em cubos pequenos. Pique uma pimenta dedo de moça (retire as sementes e a dobra interna semelhante a do pimentão).
Retire o peixe da geladeira e misture com a cebola, o tomate e a pimenta. Acrescente a salsa e o coentro e misture tudo.

                             Ponha um pouco do filé temperado sobre o palmito em rodelas. Regue com um pouco de azeite e com o caldo do filé. Opcionalmente, ponha pedaços pequenos de rúcula por todo o prato. Pronto. É fácil e muito gostoso. Melhor do que os ceviches tradicionais.

Comentários

Olá pessoal, teve gente dizendo que não consegue comentar no final da postagem. Pois bem, depois do comentário, você precisa fazer login com uma conta sua qualquer do google (hotmail, gmail), depois digitar os caracteres que aparecem na caixa, e o seu comentário será postado! Qualquer dúvida enviem um e-mail para jrsfmartins@hotmail.com!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Codorna


     Todo mundo sabe que não tenho o menor amor por frango e congêneres, mas abro exceção para codorna, pato e marreco.  Engana-se quem pensa que a nobre codorna é uma galinha pequena. Trata-se de uma carne tenra, nobre, que em nada se parece com a penosa vulgar. Dessa forma resolvi fazer codorna recheada pro jantar. Para escoltar um dos pratos favoritos da Carol: polenta. Ingredientes para codorna: se houver possibilidade compre no açougue. Eu comprei a codorna congelada linha ouro da Perdigão ou da Sadia. 


São 4 unidades o que dá justo para quatro pessoas. Prepare uma marinada com os seguintes ingredientes:
·         150 ml molho shoyu
·         150 ml de azeite extra virgem
·         150 ml vinho tinto
·         4 dentes de alho ralado
·         ½ cebola média picada
·         1 colher de café de sal
·         pimenta-do-reino branca moída 1 colher de chá
·         alecrim 3 colheres de sopa
misture os ingrediente no liquidificador até homogeneizar. 

Coloque as codornas em um recipiente e cubra-as totalmente com marinada. O ideal é que a marinada dure 24 horas, mas com 12 já fica bacana. 


Para o recheio utilize os seguintes ingredientes: 
·         5 colheres de sopa de azeite extra virgem
·         ½ cebola média
·         30 gramas de bacon picado
·         4 dentes alho
·         80 gramas lingüiça calabresa defumada picada
·         50 gramas de farinha de mandioca
·         3 colheres de sopa de salsinha
·         Duas colheres de sopa de uva passa branca
·         1 colher de café de sal
Aqueça o azeite na panela e refogue a cebola em fogo médio até ficar transparente, em seguida, misture o bacon, o alho e mexa mais uma vez. Quando o alho começar a dourar acrescente a linguiça. Depois que o alho e a cebola estiverem bem douradinhos, coloque a farinha, a salsinha, o sal e, por fim, a uva passa.

Preparação:
A codorna marinada, que ficou uma noite na geladeira, deve ser recheada com a farofa. Amarre as coxas da ave e passe o fio por trás da codorna para que ela fique bem fechada. 

Coloque em um refratário com o molho e cubra com papel alumínio. Leve ao forno médio-alto, que deve ser pré-aquecido por dez minutos.  Deixe assar por meia-hora.  Depois, vire as codornas e leve-as de volta para o forno por mais 30 minutos. Retire o papel alumínio para que pegue cor, regue as codornas. 



Depois de 15 minutos, vire as codornas, regue-as novamente e deixei mais 15 minutos.
O tempo total para assar é de uma hora e meia, aproximadamente.

Para acompanhar polenta, que é a coisa mais fácil de fazer que existe. Dissolva 2 xicaras de farinha de milho em sete xícaras de água fervente. Mexa continuamente até endurecer. Acrescente duas colheres de sopa de manteiga, uma colher de chá de sal e meia xícara e parmesão ralado. 
Agora, se você quiser incrementar de verde a polenta, tornando-a especial, acrescente essência de cogumelo paris. Dá um pouco de trabalho, mas fica duca. 
Ingredientes:
800 g de cogumelo paris fresco
600 ml de agua.
Pique o cogumelo e bata no liquidificador com a água até homogeneizar.  Coloque o liquido numa panela e ferva por cerca de 10 minutos. Em seguida coe com um chinois, ou seja, aquela peneira fina que parece um funil. Exprema o resíduo com um pano limpo para aproveitar todo o líquido, que em seguida voltara para panela em fogo médio até adquirir uma cor escura. Essa é a essência de cogumelo paris que pode ser misturada à polenta.


Para montar o prato, coloque um pouco da polenta no centro e por cima a codorna. Enfeite com um raminho de alecrim e voilá, está pronto.


 Para harmonizar, optamos por um vinho leve para acompanhar a delicadeza da carne. Escolhemos um Beaujolais-Villages, que casou perfeitamente.




quinta-feira, 24 de março de 2011

Risoto de Grana Padano


Outro dia, um amigo me perguntou porque ando tão aficcionado por comida. Respondi que atualmente cozinhar é o meu valium. Nada é tão relaxante quanto entrar na cozinha e desvendar um prato. Quanto mais complicado o prato, maior é o relax.. hoje estou postando o jantar que fiz no dia 22/03/2011. Na verdade não foi nada complicado, mas temo dizer que ficou muito bom. Já havia algum tempo que queria fazer um risoto de grana padano. O problema era achar esse queijo pelas bandas da Tijuca. Mas, nesse dia, estava no Horti Fruti e deparei com o próprio. Não resisti, comprei e o resultado mostro para os amigos. O prato foi um filé com crosta de ervas finas e shimeji com risoto de grana padano. Parece complicado, mas foi facílimo de fazer.

Ingredientes:
Risoto:
1/2 xícara de arroz arbóreo
4 colheres (sopa) de manteiga
1 cebola média picadinha
4 dentes de alho amassados
1 xícara de vinho branco seco
1 e 1/2 litro de água fervente
2 tabletes de caldo de carne
200 g de queijo grana padano ralado
3 colheres de sopa de creme de leite
Pimenta-do-reino branca

Filé:
3 bifes altos de contra-file extra limpo
Sal
Pimenta-do-reino
Ervas finas secas
150 g de shimeji
3 colheres (sopa) de shoyu
1 e 1/2 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de cebolinha picada


Risoto:
Coloque a água para ferver com os tabletes de caldo de carne. Em outra panela, doure a cebola na manteiga e a pimenta. O ideal é utilizar uma panela grande de boca bem larga. Eu utilizei uma panela wok. Foi ótimo porque permitiu um controle perfeito, uma vez que esse prato exige que se mexa durante todo o cozimento. Junte o alho e deixe dourar. Acrescente o arroz e mexa. Coloque o vinho branco e mexa até evaporar. Pelo amor de do santíssimo: nessa hora não dá pra ser sovina. Não precisa utilizar um vinho de primeira linha, mas vinho de garrafão não rola. O vinho que não merece ser bebido também não merece ser colocado no prato. Eu utilizei um Salton Chadornay. Paguei R$ 8,00 no Mundial. Não é nenhuma maravilha, mas não vai sacanear o seu prato. Vá acrescentando o caldo fervendo aos poucos, sempre mexendo. Esse detalhe é importante: risoto é um prato que requer atenção. Não pode parar de mexer durante o cozimento, senão o treco embola e fica empelotado. Quando o arroz estiver quase no ponto, acrescente o queijo ralado e o creme de leite e mexa.  Cuidado nessa hora, é meio tentador colocar creme demais. Siga a receita. São apenas três colheres, mais do que isso e o risoto fica parecendo arroz a piemontese, que não é o objetivo aqui.

Filé:
Tempere os bifes com ervas secas, sal e pimenta. Eu já falei aqui do contra-filé extralimpo do Horti Fruti. É uma beleza de carne, limpa, sem aquelas gorduras e fibras nojentas, e saborosa. Para temperar, coloque numa cuba as ervas finas secas, a pimenta do reino e o sal. Misture até homogeneizar. Em seguida tempere os dois lados dos bifes. Deixe descansar por cerca de duas horas na geladeira. Após esse período, coloque 1 colher de sopa de manteiga em uma frigideira larga e funda para dourar. Grelhe os bifes dos dois lados até que estejam dourados por fora e rosados por dentro. Retire-os da frigideira. Acrescente o shoyu e o restante da manteiga e junte o shimeji, mexendo até refogar, quando estiver pronto ao final inclua a cebolinha picada. O shimeji vem em regra com um talo, retire e utilize apenas as cúpulas.



Coloque o risoto no centro do prato. Acomode o filé por cima do risoto e disponha o shimeji por cima do medalhão.


Esse prato merece uma harmonização adequada. Eu utilizei um tannat uruguaio Gimenez Mendes Alta Reserva 2008. Trata-se de um excelente vinho, com aromas em que predominam frutas pretas maduras (sem excesso de compota), bom corpo, boa acidez, para enfrentar a gordura da carne, boa persistência ao final. 


quarta-feira, 23 de março de 2011

Sardinha frita


Estava passando na feira quando deparei com magníficos espécimes de frangos marítimos. Daí pensei: sardinha frita. Ato contínuo adquiri os franguinhos navais. Essa receita é uma das mais fáceis. 

Material:
12 filés de sardinha de tamanho grande, sem espinhas, barbatanas e rabo
I colher de sopa de pimenta dedo de moça picada
Suco de dois limões
 1 colher de sopa de Tempero caseiro Receita de Casa da Ajinomoto
1 colher de salsa picada
Farinha de trigo

Inicialmente prepare a marinada misturando o limão, tempero caseiro a pimenta e a salsa. Coloque os filés de sardinha para marinar por cerca de seis horas. Empane os filés com farinha de trigo e leve ao fogo numa frigideira larga com óleo bem quente. Frite até dourar (leva cerca de três minutos).
Como carioca que sou. Esses franguinhos devem ser acompanhados por uma cerveja estupidamente gelada, mas não fica mal com um vinho verde. O prato é simples, não merece um alvarinho, mas bate um bolão com um Casal Garcia, Aveleda ou ainda um Gatão.

Até a próxima.

Penne com Shitake


Saudações galera. Esse é o primeiro post depois que soubemos que o herdeiro está a caminho. Semana passada estava na fantástica CADEG quando deparei com uma porção de shitake campeã. Incontinenti, comprei esperando fazer no Carnaval. Momo passou, a Mangueira foi roubada de novo, nenhuma novidade. Resolvemos jantar um prato leve, daí resolvi faze um penne com shitake.

Ingredientes:
250 g de shitake cortado em fatias finas e picado
Metade de uma cebola média finamente picada
150 g de bacon sem pele finamente picado
Um envelopinho de Ajinomoto
Pimenta branca a gosto
100 ml de vinho branco
Tempero receita de casa caseiro
250 g de penne
100 g de manteiga.

Coloque o bacon na panela com fogo médio até derreter a maior parte da gordura. Acrescente a cebola picada e quando estiver dourando coloque a manteiga. Após derreter acrescente o shitake e o vinho e cozinhe em fogo médio até o vinho evaporar. Junte o ajinomoto e a pimenta. Corrija o sal se necessário. Estando pronto a massa, misture com o refogado e sirva em seguida.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Feijoada leve do Jorge


Na verdade, esse prato foi servido dia 20 de janeiro de 2011. Demorei pra postar por pura e absoluta preguiça. 
Como todo carioca que se preze, sou fissurado em feijoada. Esse prato nobre, ponta de lança da culinária brasileira, recentemente incluído no programa Comidas Exóticas, do genial Andrew Zimmermann é indispensável. Ocorre que apesar de ser um tradicionalista em determinadas coisas, nunca consegui tolerar pé, rabo e orelha de porco, que são itens fundamentais na feijoada. Sem esses ingredientes cartilaginosos, gordurosos e infartíveros, ela perde sua natureza e deixa de ser feijoada. Passa a ser o denominado feijão com carne, como diz a minha irmã. Para mim é feijoada leve. Não tem a pujança e consistência do prato que lhe dá origem, mas ainda assim é um acepipe de respeito. Perde-se em sabor, ganham mais alento nossas pobres coronárias.
Ressalte-se que a única concessão que faço é retirar a trilogia de cartilagem do prato. O resto é tradicional, começando pelo feijão preto. Feijoada, feijão com carne ou feijoada leve TEM que ser feita com feijão preto. Não serve feijão carioquinha, mulatinho, roxo ou branco. Não pode ser feijão nenhum que não seja feijão preto. Parece óbvio, mas há lugares que fazem feijão colorido com carne e dizem que é feijoada!!! Valei-me o santíssimo. Os franceses fazem o cassoulet, que é feijão branco com carne de pato, paio, e outras coisas. Só que isso é cassoulet, não é, não pretende e nunca vai ser feijoada.
Vamos ao prato. Essa receita é para cinco pessoas. O cardápio foi feijoada leve acompanhada por arroz branco, couve mineira, farofa, mandioca frita e lingüiça fina frita.uma festa de colesterol. Para a feijoada leve propriamente dita precisamos dos seguintes ingredientes:
½ kg de feijão PRETO (pelo amor de GOD)
½ kg de carne seca de lagarto
½ kg de lombo salgado
½ kg de costela salgada e/ou defumada
½ kg de paio
½ kg de lingüiça calabresa
2 cebolas
2 cabeças de alho
1 pedaço de bacon sem pele de uns 300 g
2 laranjas seleta
1 copo de cachaça da boa

Para fazer uma boa feijoada, leve ou não, uma coisa é primordial: o limão. Se GOD lhe der um, faça uma caipira, se der dois, faça duas e me dê uma. Por mim, prefiro com vodka, mas se for purista faça com Velho Barreiro. Pegue um caldeirão ou uma panela grande no mínimo 36 (tamanho). Coloque o feijão sobre seis folhas de louro e cubra com água, cerca de duas vezes o ocupado pelo feijão. Não utilize sal. Use fogo alto e vida que segue.

Corte a carne-seca e o lombo em cubos, tirando toda a gordura. Após coloque numa bacia com bastante água juntamente com a costela. Troque muitas vezes a água da bacia das carnes salgadas que não serão aferventadas.
Frite o bacom até dar o ponto e reserve a gordura residual no refogado
Corte as lingüiças e o paio em rodelas e afervente-as na mesma panela até levantar fervura. Tire do fogo, escorra a água e deixe esfriar. Após retire a gordura excedente.
Quando começar ferver o feijão, escorra a água da bacia e mande pro caldeirão a carne seca, o lombo e a costela. Deixe boiando, no caldeirão, as laranjas cortadas ao meio e com casca. Despeje no caldeirão1 copo de geléia de cachaça. Depois de cerca de 40 minutos de fervura no caldeirão, mexendo sempre, jogue as lingüiças e o paio. A seguir o refogado: utilize a gordura que sobrou do bacon para refogar as cebolas picada, e quando elas dourarem, acrescente o alho picado até dourar. Após jogue tudo no caldeirão, e vá mexendo. Abaixe o  fogo e acompanhe. Monitore o sal e corrija, se necessário.
Com o feijão cozido, retire  3 ou 4 conchas só de caroços e amasse, transformando numa papa, que voltará ao caldeirão. Retire as laranjas.  Com o fogo baixo, a tendência é que o feijão pare de ferver e borbulhar, e daí você pode aproveitar para retirar excesso de gordura da superfície do caldeirão (as coronárias agradecem). Quando sentiu que engrossou, apague o fogo. Meia hora depois, repita a operação com a concha pra retirar mais gordura. Coloque no fogo alto de novo, mexa muito, e pronto.


Aí vem o truque do malandro. Todo mundo sabe, ou ao menos deveria saber que o melhor feijão é o da véspera. Daí, a gente prepara a feijoada leve no dia anterior ao do almoço, para servi-la em todo seu potencial.
Uma dica: couve nunca é o bastante. Daí eu calculo um maço por pessoa e pode crer, vai faltar. Se a feijoada estiver boa e o povo comer bem,vão consumir a couve e a farofa como doidos.
Na ocasião eu servi além do feijão, arroz, couve e farofa mandioca frita. Acho que fica o máximo com feijoada.






Antes que alguém tenha idéia de jerico, não harmonizei dessa vez. Existem uns tarados que juram que é possível harmonizar feijoada com vinho. Aí eles sugerem champagnes, cavas ou espumantes brut (que aliás harmonizam com qualquer coisa), alguns optam por Shiraz australiano, ou ainda barberas e tempranillos.
Cá pra nós, feijoada tem que ser acompanhada de uma cerva estupidamente gelada e/ou caipirinha. O resto é transcender a frescura.
Espero que gostem.

Yakisoba de Salmão


Resolvi homenagear Carolina. Assim que ela voltou de viagem, escolhi fazer um prato que tinha certeza que ela iria adorar. Yakisoba de Salmão. Yakisoba é um prato muito interessante, pois combina massa, legumes, carnes e temperos, resultando, ao final, uma explosão de sabores. Muito interessante. Ingredientes:
  • 250g salmão em posta
  • Combinado para yakisoba (encontra fácil em supermercados), em geral tem cenoura, acelga,  repolho branco, brócolis e couve-flor.
  • 100g champignon
  • 1 talho de alho porró
  • Molho para yakisoba
  • Molho Shoyu
  • Óleo de gergelim torrado
  • Aginomoto
  • 300g macarrão para yakisoba
  • Manteiga e azeite

Inicialmente, cozinhe o macarrão e reserve. O tempo de cozimento varia conforme a marca do macarrão escolhido. Se você tiver uma caçarola Wok, tanto melhor, mas também pode ser usada uma caçarola normal.  Na panela, coloque uma mistura de manteiga e azeite. Refogue o salmão, que pode ser desfiado ou cortado em cubos, com o alho porró. 



Acrescente o champignon e o combinado de legumes.




Quando estiver refogado, acrescente o macarrão.


A seguir, 8 colheres de sopa de molho shoyu, 3 colheres de sopa de molho para yakisoba (que pode ser substituído por molho inglês, 1 colher de sopa de óleo de gergelim torrado.


 Misture tudo na panela e sirva bem quente. É fácil que dói.


Em regra, a harmonização de culinária oriental é árdua. E no final das contas, é mais fácil ficar com uma boa cerveja. Entretanto, esse prato em especial, foi completado muito satisfatoriamente por um vinho inesperado. Um vinho barato, chamado Club des Sommeliers, um Chardonnay 2010. Trata-se de um vinho bastante despretensioso, vinificado pela Miolo no Vale dos Vinhedos, cuja principal característica são os aromas florais e de fruta tropical, além de uma acidez bem adequada para o prato, um tanto quanto carregado como o yakisoba.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ano Novo, vamos desintoxicar!!!


Após as nababescas e pantagruélicas comilanças de Natal e Ano Novo, nada melhor do que começar o ano desintoxicando o organismo. Assim, resolvi fazer um pratinho leve: sopa de aipo. 
Ingredientes:

  • 5 talos de aipo picados
  • 1 batata média cortada em cubinhos
  • 1 cebola média picada
  • 1 dente de alho picado
  • 1/2 pacote de manteiga
  • Sal e pimenta-do-reino branca a gosto
  • 5 xícaras de água
  • 2 cubos de caldo de legumes
  • Salsa e cebolinha picadas
Ferva a água e dilua os cubos de caldo de legumes. Reserve. Em uma panela grande, derreta a manteiga, e adicione o alho, a cebola, o aipo e a batata mexendo para que os legumes fiquem macios, sem dourar. Após 10 min, acrescente o caldo de legumes e cozinhe por mais 25 min, sempre em fogo brando, mexendo quando necessário. Em seguida, bata tudo no liquidificador, passe a mistura resultante por uma peneira, desprezando o excesso. Com o líquido filtrado pela peneira, volte ao fogo, corrija o sal e acrescente a pimenta-do-reino a gosto, mexendo ligeiramente. Sirva em prato fundo, decorando com a salsa e a cebolinha. Esse é um prato leve que se for um pouco diluído pode ser até tomado frio. Como estamos falando de desintoxicação, em princípio, não será harmonizado, mas, se alguém quiser, acredito que deve combinar bem com um vinho branco bem leve, tipo um Sauvignon Blanc ou mesmo um Moscatel. Feliz Ano Novo para  todos!